Olá.
Esqueci-me que gostava de escrever. Esqueci-me que isso me aliviava um bocadinho as dores. As físicas, as emocionais, as que não posso dizer a ninguém...
Estou naquela fase em que me tornei tão lamuriosa e repetitiva nos meus lamúrios que já vejo nos olhos da pessoa que me ouve o desejo de abandonar a sala. O que apenas piora a minha condição. Foi então que num milagre me recordei que o papel não se pode queixar.
Agora que escrevo, apercebo-me que não daqui a muito tempo, vou ler precisamente as palavras que se seguem e pensar as mesmas duas coisas que penso sempre:
1 - Que dramaaaaa
2 - Mas afinal do que estava eu a falar?! Porque é que eu nunca sou específica?
Em relação ao drama não há muito a fazer: é um facto. Quando sentimos dor - por mais estapafúrdia que seja a razão, dói sempre muito, o que se traduz em comunicação dramática (pelo menos no meu caso) - sorry Laura do futuro.
Relativamente a ser concreta...Acho que nunca sou porque isso dói mais um bocadinho. E porque é uma dor diferente. Enquanto é algo abstracto, nem o papel me pode acusar de estar a ser demasiado dramática - afinal ele não sabe realmente o que aconteceu, apenas o que eu sinto. Quando se tornar concreto, fico exposta à crítica e julgamento no geral. Sim, até do papel...que é como quem diz ao meu próprio...
Não falha: Sempre que venho aqui ler textos antigos tenho o mesmo pensamento: que exageradaaaaa... E raramente leio até ao fim ou sem ser na diagonal (porque leio de todo? Depois também dá aquela curiosidade de saber o que aconteceu e nunca se sabe se eu não revelo qualquer pormenor que me faça despertar a memória, mas que ao mesmo tempo fique - para o papel - ainda incógnita a razão ou o julgamento).
O que é que aconteceu?
(segundos do cursor a piscar à espera das minhas palavras...)
Parece que quando fica específico custa mais a expressar...
Acho que acabo sempre por desistir.
Mantenho a desistência.
Agradeço ao papel.
(mais dramatismo...)
Às vezes é suficiente, escrever no abstracto ou escrever sobre escrever cumpre o seu papel, deixando-me mais tranquila...
(hoje não foi o caso...)
Por esta altura o meu futuro eu está em reviragem de olhos total.
(mais segundos de cursor a piscar: tento mais uma vez:)
Sinto-me só.
Cisne.
1 comentário:
girl, biggest same!!
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