A minha mãe costumava dizer que uma pessoa nunca muda. Que conseguia mudar pequeninas coisas em si, pequenos hábitos, mas que na sua essência uma pessoa nunca muda. Para mim fez-me todo o sentido.
Assim, decidi simplesmente aceitar que apesar de todo um absurdo de qualidades, a verdade é que o meu namorado era ciumento, ligeiramente controlador e extremamente desconfiado. E que por qualquer infortúnio do destino ou teimosia, eu não queria mais ninguém que não fosse ele. Aceitei.
O que eu soube mais tarde, 4 meses depois de começarmos a namorar (depois de 30748 discussões), é que ao aceitá-lo a ele e, no entanto, nunca permitir que a liberdade de ser quem é interferisse com a minha e com a minha privacidade, eu o "mudei". Ele passou a ser uma pessoa que confia, alguém que controla cada vez melhor os seus ciúmes e em que a palavra "controlo" já só se vier agarrada à palavra «remoto».
Eu achava que o tinha mudado, que tínhamos conseguido os dois. Com perseverança e muita paciência e aceitação um do outro.
Foi assim que o conseguimos, mas o que conseguimos não foi o que eu achei.
Agora, 2 anos depois, percebo que eu não o mudei coisa nenhuma e que a minha mãe estava repleta de razão!
As pessoas não mudam. Na sua essência ficam sempre iguais.
Ele sempre foi assim. Eu só encontrei, destapei a sua verdadeira essência: um homem que confia, que dá liberdade, que ama completamente. Esta, acredito, é a essência de todos nós. A dele estava escondida por baixo de muitos medos e inseguranças de histórias passadas. Aquele não era ele, portanto eu não o mudei. Ao aceitar que ele fosse como era naquele momento, eu permiti que ele se aceitasse a si e foi aí que começou a transformação. Porque eu confiei nele e lhe dei liberdade. E ele da mesma forma aprendeu a fazer o mesmo. Hoje cada vez me lembro menos desse homem porque é tão raro ele aparecer... e somos tão mais felizes.
Obrigada mãe :) Percebi tarde mas deu certo na mesma :)
Cisne