14 de março de 2011

Um amigo diferente


Estou triste porque não compreendo as prioridades da minha vida. Triste porque não sei se hei-de lixar-me para o teste de psicologia amanhã porque simplesmente perdi o meu livro e andei o fim-de-semana a resumos da Internet, ou continuar a bater com a cabeça nas paredes porque preciso da média.

Sinto falta da tua boa disposição, L. Falas como se tudo fosse preto no branco e como se esta questão para ti fosse canja! «Se estou infeliz, se tenho coisas que me dão mais prazer fazer, então faço!». Essa tua simplicidade... Quer estejas certo ou errado, hei-de lembrar-me sempre de ver esse teu lado das coisas.

Se fosses tu, L., agora no meu lugar, irias ver televisão ou sair com os teus amigos, ias beber um copo ou um café, deitar-te-ias na cama tranquilamente a ouvir música ou terias combinado um partidinha de futebol. Essa tua simplicidade... É o que me apetece fazer agora, sabes? Apetece-me mesmo juntar-me a ti. Jogar futebol como fazíamos, deitar-me a teu lado a ouvir música, beber um copo não que não bebo, mas aceitaria o café. Eu, L., adoraria ver televisão! Até porque, o que quer que se esteja a passar no Japão ou na Líbia, parece passar-me ao lado - não tenho tempo para dirigir algum do meu pensamento para aí.

L., espero que por mais diferentes e distantes que os nossos caminhos se tornem, possa sempre chamar-te de meu amigo e dar-te um grande abraço depois de muito tempo sem te ver, como faço sempre. Eu sei que somos pessoas diferentes, com maneiras de pensar diferentes, com maneiras de agir diferentes (basicamente somos opostos em tudo) mas apesar de tudo isto, gosto da tua companhia e da maneira como me fazes rir com as tuas parvoíces. E gosto de te ouvir dizer que «eu estou na mesma...!» e que, por isso, estás feliz. Eu pareço querer sempre mais e nunca estar feliz...

O teu caminho para a independência é o que tens de mais precioso, L., e eu sei disso; não penses que não sei. E eu respeito-o; apesar de achar que a maneira como levas a vida é demasiado leviana, independentemente de todas as metas a que te impões para chegar à tal independência.

E tenho medo por ti. Da última vez que nos encontrámos, falaste-me numa tentativa falhada de tom de desatento, sobre a tua ex-namorada que te deixou mal. Disseste-me, ainda, que nunca mais querias ninguém a sério, que desta vez tinhas gostado mesmo a sério e que ela não te podia ter deixado pior. Como me deixaste triste... Vi, pela primeira vez, tristeza nos teus olhos. Acho que nunca te tinha visto triste, apeteceu-me cortar a rapariga aos bocadinhos. Tenho medo que não voltes a amar, quando tens tanto para dar... Por favor, não caias nesse abismo que não tem fim.

E tenho medo por nós. Tenho medo que, demasiado diferentes, não saibamos no futuro continuar a privilegiar a companhia um do outro. Mas, quanto a isso, nada posso dizer, pois não? Do futuro ninguém pode afirmar, só prever; e de previsões que se sabe ou corrige?

O tempo o dirá. Até lá...não te esqueças de mim, está bem? É que és tu que me dás ânimo nestas tardes/noites ínfimas de estudo e cansaço em que não sei se desista, se continue.

E porque estou triste...


Cisne.

3 comentários:

Anónimo disse...

=/

tenho medo de perder duas pessoas, uma delas é muito parecida com ele*

LA disse...

Tenho a certeza que nunca o iras perder, por isso, nao tenhas medo ;)

Cisne disse...

Sabor Adocicado*: Talvez este tipo de amigo «incerto, rebelde imprevísivel» também seja uma incerteza de futuro. Daí que tenhamos medo.

LA: Embora me custe acreditar, espero que tenhas razão ;)

Cisne.

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