Ui... Há quanto tempo.
Estive agora a rever alguns dos textos que escrevi enquanto estava em Erasmus. Este último trabalho foi tão intenso que já nem me lembrava de metade. Foi bom rever, mesmo até as coisas más.
Update? Um curto e ultra resumido, pode ser?
Este é o meu segundo dia de férias. No último mês e meio estive a trabalhar no Arts Summer School, um campo de férias de artes. É um grande projecto e foi uma experiência espectacular. Adorei, cresci e aprendi imenso.
Entretanto eu e o P. estamos de volta. (Chocante, não é? Eu sei, eu sei...). Não quero falar muito sobre este assunto agora. Vou só deixar escrito que não está a ser fácil recuperar o que tínhamos há seis meses atrás e que o futuro ainda é todo muito incerto. Essa história à parte, dá para acreditar que daqui a uma semana já fazemos um ano de namoro? Não notei o tempo a passar...
E pronto, recomeço a trabalhar a 1 de Setembro e até lá estou basicamente a tentar meter a minha vida em ordem porque isto de vir de erasmus significa ter roupa espalhada por todo o lado. e quem diz roupa, diz tudo.
Mas que saudades da minha casinha, que bom :))
Jinhos à prima,
Cisne
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19 de agosto de 2014
25 de junho de 2014
Estou pronta
Estou pronta. Finalmente estou pronta.
Hoje despedi-me da última amaiga que fizemos cá em Barcelona. Custou um bocadinho. Tudo isto me tem custado muito ultimamente. É o dizer adeus a uma fase muito imposrtante da minha vida. Não quero falar muito sobre isso agora porque é tardíssimo e me quero ir deitar e também porque quero fazer un texto depois de já estar em Portugal, mais ou menos como um balanço.
O ponto importante agora é que depois de tudo isto já me sinto pronta para deixar Barcelona, para arquivar o que se passou com muito carinho e atirar-me aos novos desafios que vêm aí :)
Sinto-me diferente. Sinto que aprendi muito aqui e principalmente muito sobre mim mesma. Que precioso. Que precioso isto de aprendermos sobre nós mesmos... Enfim. Vou aproveitar ao máximo os últimos dias aqui mas sem medo de me ir embora, agora. Sem medos! Vamos a isto :)
Cisne
22 de junho de 2014
Prometi ter 20 anos
Aqueles momentos que não duram nada e significam o mundo, aquele momento em que prendes a respiração e ficas parado sem conseguir mexer-te. Aquele momento em que as lágrimas caiem e não encontras solução para parar ou o que fazer a seguir.
Aqueles momentos que quanto mais queres eternizar mais te escapam entre os dedos.
Aquele momento em que vês o nascer do sol ao lado de pessoas que partilharam 5 meses únicos da tua vida. O momento seguinte em que vês um recomeço. O momento seguinte em que te dá medo do que vem a seguir. O momento seguinte em que te dá saudades do que ainda nem deixaste. E no momento seguinte já estás a deixar umas dessas pessoas na estação. No próximo momento és tu.
E o corpo e a cabeça não encontram solução para resolver uma coisa que parece simples: ir embora. Então deixa-se levar... Não é preciso ter sempre rumo.
Porque houve dias em que de repente estava a andar de mota. Porque houve dias em que de repente fui para o mar à noite. Porque de repente fui ver o nascer do sol para a praia. Porque de repente fomos sair. Porque de repente tinha 4 criações. Porque de repente estava na casa de desconhecidos. Porque de repente estava a comer comida vegetariana. Porque de repente acabei com o meu namorado. Porque de repente não consegui sair de casa. Porque de repente alguém me pediu um beijo. Porque de repente eu não sabia o que fazer.
Vendo bem, os melhores momentos foram os que não tiveram rumo, os que fugiram do meu controlo. Então porque é que estou com tanto medo do que vem a seguir?
Fiz-lhe uma promessa. A de me manter jovem - talvez muito ao estilo do meu pai. Foi uma promessa, a de me lembrar da minha idade, a de pensar à frente mas viver no momento. Não tenciono quebrá-la.
Obrigada L. Obrigada Barcelona.
Cisne.
18 de junho de 2014
Tu me manques
Yesterday I heard
"Je te veux"
Cisne
17 de junho de 2014
Algo de confortante
Há algo de confortante em abrir a janela de conversação com ele sempre que estou no facebook. Como que a lembrar-me que eu posso falar com ele quando quiser. Mas não quero. Na falta que lhe sinto há isso de confortante, a possibilidade de acabar com a saudade e não querer - porque há algo mais forte. Podia tê-lo perto, mas mantenho-o há distância. Há algo de confortante em ter tomado uma decisão em vez de continuar à espera.
Mas sim, sinto a falta dele. A última coisa escrita nessa janela é "Cisne?". E há dias em que resisto a escrever "P.?", para dizer quero falar contigo de novo. Estás aí?
Sempre foi essa a pergunta... A diferença é que agora a resposta já não importa.
Cisne
De Barcelona...
Conto-vos um pouco do que tem sido a minha vida:
Faltam duas semanas para regressar a Portugal - não estou nada ansiosa. O tempo está a passar a voar.
Estou neste momento a ter uma aula de 4h por dia: é uma tareia que nem vos digo. É repertório mas ao que parece em Espanha repertório não significa ver uns vídeos no computador e toca a imitar. Aqui o prof dá todo o processo de trabalho pelo qual os intérpretes originais passaram e só depois sim, passamos ao repertório de movimento. Metam tarei nisso, nunca fiz nada assim. Tenho os pés todos queimados, nóduas negras até dizer basta, enfim... mas um coração feliz :)) Tem sido um grande e bom desafio :)
Também tenho mandado candidaturas e curríulos para tudo quanto é lado. Ele é residências artísticas, ele é emprego enquanto professora, ele é para campos de férias... Enfim, respostas é que são poucas mas pronto, tem de se ir tentando.
Entretanto a determinada altura vou ficar sem casa em Lisboa, iei, que felicidade... Não sei bem ainda como vai ser mas sim, há que haver alguma preoupação em começar a procurar uma nova se a intenção é trabalhar em Lisboa.
Depois muito calor, aparentemente não tanto como em Lisboa, aqui está mesmo no ponto. Portanto, muita praia, muitas saídas, muita festa. eu sinto-me praticamente de férias. Sim que a aula custa mas acabando às duas da tarde, a seguir a isso fazemos o que queremos e já nem trabalhos temos para entregar. Uma alegria :) Não admira que eu não queira sair daqui, né...
E pronto, já comecei a fazer a ronda dos souvenirs e de coisas para mim que preciso ou quero - em termos de roupa, por exemplo, em Lisboa nunca encontro nada de que goste. As feiras de coisas usadas têm sido as minhas melhores amigas - maravilha :p
Este próximo fim-de-semana deve ser a loucura porque temos um dos nossos colegas de casa, o L., a ir embora então já se sabe que há que fazer uma despedida à altura. Vai ser festa o fim-de-semana inteiro. Depois segunda-feira é ponte porque terça-feira é feriado cá. Parece que o S. João é uma grande cena aqui tipo passagem de ano novo: há fogo de artifício, flores, festas na praia e não sei quê. É basicamente para comemorar o início do Verão (21 de Junho) - venha ele :)
E é isto. Jinhos à prima
Chupitos |
O meu melhor amigo veio visitar-me :) |
Cisne
Não sabes sonhar (rascunho de Maio)
Percebi finalmente o que me atrai nele.
Não é aquela maneira horrível de se vestir, com as calças de ganga a meio do rabo e rotas e t-shirts que variam entre o preto e o azul escuro (vá, quando veste uma camisa lá fica apresentável mas isso é só nos dias de festa). Não é o corpo porque é um magricela e demasiado alto para mim. Não é a cara, tem um sorriso engraçado mas tem cara de cigano e já se começa a notar perfeitamente que fuma. Fuma. A personalidade é fixe mas também não é bem por aí porque ainda tem mentalidade de puto a.k.a. «gajas bebida futebol uuuhuuuu!».
Então ontem percebi. É a idade. Apaixona-me a idade dele. Que é a mesma que a minha. Mas não é na verdade. Porque a verdade é que sempre me senti mais velha e deslocada... Então apaixona-me a maneira como ele vê a vida agora. Que tudo é uma festa e toca de fazer loucuras (para ele o que importa é saber das consequências, desde que saiba o que depois vai enfrentar, então bora) e tudo está bem, relax e tal... Pá... Eu nunca fui assim... Também nunca me fascinou muito a ideia de ser "rebelde" e relax, e perder o controlo patati patata... Mas depois de um banho de mar sem sol, atrasada para um jantar, depois de dançar durante 5 horas e acabar a dormir na praia, depois de entrar na casa de perfeitos desconhecidos e ver coisas que nunca pensei, cheirar coisas que nunca cheirei, depois de andar pela primeira vez de mota, ver as coisas de uma maneira diferente.....tomei-lhe o gosto. E vejo o oposto e o aborrecimento que a minha vida é e sempre foi. Vejo que nunca vou ter nada para me recordar ou para contar «aí, não acredito que fiz aquilo...». E às vezes, em segredo, desejava que o P. fosse mais assim. Mais espontâneo, mais louco da cabeça, mais...novo. Porque sempre que eu faço uma proposta estranha ele diz-me que eu sou livre de fazer o que quiser mas para não contar com ele, ou então pensa demasiado nas conquências! Não sei... Eu já nem tenho ideias nenhumas porque para esse tipo de coisas já sei que não posso contar com ele...
***
Nunca cheguei a publicar este post por ter vergonha dele. Por ter vergonha de pedir mais de uma vida que já me dá tanto. E mantém-se, a vergonha mantém-se. A diferença é que hoje fiquei com medo de não me lembrar um dia o bem que Barcelona me fez, o bem que o L. me fez. Um dia gostava de o voltar a ver...só numa de perceber como estas alminhas de 20 anos se safaram na vida, só para perceber se valeram a pena todas as loucuras... Seja como for, gostei de o conhecer. Hoje isto fica escrito para o L. em vez de para o P. , porque o P. sempre foi um mistério para mim, uma história inacabada, qualquer coisa que eu ainda não percebi - ainda não estou pronta para falar sobre isso. Mas o L... O L. teve um papel muito concreto e importante na minha vida, ele far-me-ia falta mesmo que não o tivesse conhecido. Au revoir.
***
Nunca cheguei a publicar este post por ter vergonha dele. Por ter vergonha de pedir mais de uma vida que já me dá tanto. E mantém-se, a vergonha mantém-se. A diferença é que hoje fiquei com medo de não me lembrar um dia o bem que Barcelona me fez, o bem que o L. me fez. Um dia gostava de o voltar a ver...só numa de perceber como estas alminhas de 20 anos se safaram na vida, só para perceber se valeram a pena todas as loucuras... Seja como for, gostei de o conhecer. Hoje isto fica escrito para o L. em vez de para o P. , porque o P. sempre foi um mistério para mim, uma história inacabada, qualquer coisa que eu ainda não percebi - ainda não estou pronta para falar sobre isso. Mas o L... O L. teve um papel muito concreto e importante na minha vida, ele far-me-ia falta mesmo que não o tivesse conhecido. Au revoir.
13 de junho de 2014
To do List
Vou fazer copy paste do que ainda tenho para fazer esta noite (fora o que já fiz) e acrescento a informação de que são 01:20 da manhã...
*fazer texto lucius
* contactar intérpretes
*preencher candidatura lucius
*responder mail a ana
*actualizar curriculo
*contactar Nuno sá
*ver eventos erasmus fb (antes que a M. me mate por nunca fazer isto)
*mandar foto ao L. (antes que ele comece a bufar)
*mandar mail a marcar reunião com orientador erasmus
*E mais acrescento: ir abater ao turco que já me esta aqui a afectar uma veia nervosa -.-'
Beijinhos à prima,
Cisne
11 de junho de 2014
"Tu me plaît"
- He asked me if we were together.
- Hahahaha that's ridiculous! What did you answer him?
- That I'm fun of your smile.
Eu podia escrever um belo filme...
Cisne.
- Hahahaha that's ridiculous! What did you answer him?
- That I'm fun of your smile.
Eu podia escrever um belo filme...
Cisne.
2 de junho de 2014
Vamos lá animar a malta
O dia começou em alvoroço. Acordei a pensar que estava a horas e recebo uma mensagem mágica a dizer que tenho uns míseros 10minutos para sair de casa. E aí foi Cisne por aí a voar. Mas no final, um dia bom.
Foi desde uma surpresa fofinha da minha mãe...
...a comprinhas fúteis no bairro gótico. Uma coisa que nunca faço mas com tanta loja gira é quase impossível não fazer. E não sei como vim sem umas sandálias liiindas de morrer para casa! Bem, sei... Não tinha 40€ na carteira...
O fio parece um amarelo vivo mas é um amarelo super diferente, a foto alterou a cor. Depois temos um par de brincos, uma pulseira, uma mini escova, um eye liner à prova de água (o meu estava às portas da morte), um lápis de olhos supostamente de desporto, ou seja, à prova de suor (depois logo vos digo o fracasso que já sei que vai ser...), um caderno para as minhas futuras criações (é assim como que algo para me inspirar quando voltar para Portugal) e uns fones.
Pronto hoje foi um bocadinho para a estragaceira... Mas levei na cabeça da minha colega de casa que já chegava de ficar em casa a deprimir e lá fui eu arrastada para as ruas lindas de Barcelona e o seu tempo excelente.
Cheguei a casa bem disposta e fui logo temperar o jantar - recebi finalmente um "parabéns ao chef, isto está óptimo". A M. nem conseguia parar de comer :))
Depois, recebi uma chamada de um amigo a dizer que é possível que tenha um trabalho de Verão para mim - que não só é bem pago como é uma das coisas que está na minha wish list :))
E por hoje é tudo uma vez que tenho trabalhinhos e ensaiozinhos para fazer/planear. Ah e também tenho de guardar 10 min para pensar no que não devo e deprimir. Mas o plano é que seja antes de dormir para não perder mesmo muito tempo.
Beijinhos à prima,
Cisne.
30 de maio de 2014
Com a força toda, super concentrada! Finalmente! A tristeza não me fecha portas, abre-me caminhos!
Acabo de marcar encontrar-me com uma colega para a convidar a interpretar um solo que quero coreografar para ela para um festival em barcelona
Acabo de propor a minha entrada num projecto em que música e dança trabalham em conjunto para montar um espectáculo de várias peças de vários alunos
Estou em processo de criação do meu solo para taller I
Tenho planos de falar com a equipa de um projecto juvenil de que soube estar a ser desenvolvido na minha vila, para voltar a reabrir o auditório. Quero apresentar peças lá. Quero apresentar as minhas mas também as de quem acho terem potêncial, quero ajudá-los a dinamizar, penso em dança e em música. Penso em sugerir à sociedade filarmónica da vila (que é muito boa) também um projecto em conjunto.
Penso em dinheiro para suportar isto tudo e penso que tenho de arranjar trabalho.
Ok, acabo de mandar mail à directora da academia onde trabalhava, lá estarei no início de Julho para falar com ela.
Penso em não me esquecer de estabelecer contacto com a pessoa que me convidou a integrar a companhia Amálgama, para tentar perceber se ainda tenho alguma hipótese.
Penso em dar aulas, muitas as aulas, as suficientes, para poder desenvolver o meu trabalho enquanto bailarina e coreógrafa.
Penso que ballet clássico não será suficinete, que preciso de mais formação em contemporâneo para pdoer dar aulas, ioga não, é muito difícil. Zumba! Talvez zumba...
Ui, tenho de enviar um trabalho até meia noite de 6f e amanhã chego à meia noite por causa do espectáculo.
Tenho de ir! Estou exausta mas... Con muchas ganas de trabajar!!
Cisne
29 de maio de 2014
Que estranho...
...Está tudo tão normal...
Assim me apercebo do quão ausente ele estava na minha vida pois ainda não sinto a falto dele. Choro quando me lembro da conversa, quando me lembro da situação em que estou, quando me lembro de momentos felizes. Mas não choro de saudades, de não aguentar estar sozinha... Eu já estava sozinha. Ao menos sei que terminar o namoro não foi uma decisão descabida. Sim, com o nível de cansaço com que eu estou, até decisões com este peso podem estar a ser tomadas com pouca sobriedade. Enfim...
Espectáculo amanhã e sábado. Um carradona de ensaios, um desrespeito sem fim pelo meu trabalho e, ao mesmo tempo, o seu reconhecimento. Sim, nem eu entendo. Só quero que acabe para poder descansar. Tenho tanta pena, gosto tanto de dançar e estar em palco e eles fizeram-no num sacrifício desta vez... A minha tíbia também não está a dar descanso, diga-se a bem da verdade...
Beijinhos para Portugal. Tenho saudades da minha cama. But then again...tenho saudades de qualquer cama, isto é só o cansaço a falar.
Cisne
Assim me apercebo do quão ausente ele estava na minha vida pois ainda não sinto a falto dele. Choro quando me lembro da conversa, quando me lembro da situação em que estou, quando me lembro de momentos felizes. Mas não choro de saudades, de não aguentar estar sozinha... Eu já estava sozinha. Ao menos sei que terminar o namoro não foi uma decisão descabida. Sim, com o nível de cansaço com que eu estou, até decisões com este peso podem estar a ser tomadas com pouca sobriedade. Enfim...
Espectáculo amanhã e sábado. Um carradona de ensaios, um desrespeito sem fim pelo meu trabalho e, ao mesmo tempo, o seu reconhecimento. Sim, nem eu entendo. Só quero que acabe para poder descansar. Tenho tanta pena, gosto tanto de dançar e estar em palco e eles fizeram-no num sacrifício desta vez... A minha tíbia também não está a dar descanso, diga-se a bem da verdade...
Beijinhos para Portugal. Tenho saudades da minha cama. But then again...tenho saudades de qualquer cama, isto é só o cansaço a falar.
Cisne
23 de maio de 2014
Ao que leva ouvir catalão durante duas horas seguidas...
Chegou a uma altura em que acho que já não tenho mais nada para dizer. Este blog parece um poço de queixumes. Ou é o P. ou são saudades, ou são lesões, ou é cansaço, ou são os meus colegas de casa... Opa, mas será que eu deixei de ter alguma coisa de bom para partilhar com o mundo? E na realidade será que foi por isso que desactivei o facebook? Porque tudo me parecia demasiado falso, contraditório ao que eu sentia?
Não. Não é verdade. Tenho coisas boas para partilhar. Umas que são muito boas e outras que são princípios de qualquer coisa que se pode a vir tornar em algo espectacular. Doi início hoje a uma desta coisas, vale? :)
Estava a ver uma peça de teatro de duas horas em catalão, quando numa das minhas distrações abstrações reflexivas (acerca do que estava a ver e não entendia, claro está) me vem a resposta a uma pergunta que me faço desde que cheguei aqui.
(Aparte: Quando se começou a aproximar a data de vir para Barcelona decidi que precisava de vir com objectivos muito bem fixados e que teria de fazer o meu melhor para os cumprir.) Um deles foi descobrir como fazer uma peça de dança contemporânea performática agradável ao "público leigo" no que toca a dança. Assim, por meses fiquei-me com várias perguntas sem resposta. Quase chegava lá...mas não chegava.
- O que é que falta para ser agradável?
- O que torna uma peça agradável?
- É necessário que haja uma narrativa?
- É necessário que haja uma explicação/sentido muito concreto?
- Como fazer o público entendender uma ideia abstracta?
E talvez algumas más... Rodeava e rodeava o assunto e ainda hoje não o tenho tudo percebido. Mas percebi qualquer coisa mais com esta peça de teatro. Como? Tão simples. É que eu estava a ver uma peça de teatro em que não percebia nada de nada (catalão para mim é chinês, lá percebo uma palavra ou duas em cem) e mesmo assim adorei! Saí de lá extasiada e a perceber o sentido, o fio condutor, as reações das personagens. Então numa graaaande distração abstração reflexiva, recoloquei-me novas perguntas:
- Como é que eu entendo a cena? E a peça?
- Foi apenas porque me foi dada alguma informação à priori ou não?
- E qual a informação estritamente necessária?
- E como é possível que não entenda o que estão a dizer mas entenda? O que estão os actores a fazer com o corpo (já que com as palavras não é por certo) que um bailarino não consiga?
Sim, para vocês são só mais perguntas sem resposta. Mas para mim é um grande avanço e talvez eu esteja prestes a chegar a algum lado, não sei. Mas estou segura de que não é tão cedo que desisto da ideia de que a dança deveria chegar a todos e não sou "aos de dança". As pessoas que não dançam não são burras. Também entendem ideias abstractas. A culpa não é delas. É nossa. Que não lhes damos suficiente para entenderem. Não lhes damos quase nada.
Analisei tudo o que vi nesta noite e vi tanto! É incrível. Eu percebia o que eles diziam e nem era com as palavras e nem era com a informação que já me tinham dado. Se eu não entendesse nada de nada teria passado duas horas terríveis (e agora finalmente percebo a pobre da minha família e o que querem dizer com "tu para mim és sempre linda mas a peça, filha... desculpa não percebi nada" e como ficam tristes quando eu respondo "mas não é para perceber é para interpretar"). Mas o quê?? Interpretar o quê?? Até os sonetos de Camões tinham lá letras que formavam palavras e palavras que formavam versos e por aí adiante! E (como diriam nuestros hermanos) de puta madre, como eram difíceis de interpretar a maior parte das vezes!!
A questão é essa. É que não estamos, enquanto coreógrafos, a dar informação suficiente para que se interprete. A minha visão agora está em:
- Não é necessária uma narrativa
- Não, não é necessária uma ideia concreta
- Não, não é necessária uma estrutura exacta
- Mas sim, há que haver mais base.
- Mas sim, há que haver mais base.
Mais que por onde pegar o touro pelos cornos, é saber onde pegar e tornar claro para o público que não se vai sentar para ver uma obra de arte. Mas sim que se vai sentar para reflectir sobre algo ou fazer parte de algo. E aqui mais perguntas.
- Como?
- Como chegamos à mente do público?
- Melhor: como fazemos o público chegar até nós?
Porque ele pode! Agora sei que pode! Um público que não percebe de dança, sim, que percebe de corpos! Ora, vê-os todos os dias! Claro que percebe. Todos percebemos e todos de maneira diferente, todos temos a capacidade de interpretar - tenho cá para mim que é uma reação quase inevitável, até ao observarmos o que quer que seja; mas bom aqui já tenho de ir estudar. Sim, se calhar falta-me ir estudar, ir à procura das minhas respostas.
Estou em busca... Estou em busca.
Cisne
Cisne
20 de maio de 2014
Cada relação uma relação blá blá blá
A melhor coisa que fiz foi desactivar o meu facebook. Só tenho pena de ter de o activar outra vez por questões de trabalho.
Isto porquê? Porque não havia coisa mais fácil para o meu namorado que esperar que eu entrasse e dizer olá. Ou ignorar-me. Esta última era a mais recorrente. Agora, sem facebook. Há que ter um trabalho IMENSO de viajar até barcelona ligar o skype! Pois, é chato... Tem que se meter a password e não há lá mais ninguém com quem falar a não ser eu... E whatsapp? Ui, ainda pior que isso exigia ter um telefone nas mãos, mãos essas que não podiam estar no teclado do computador.
Não, eu compreendo perfeitamente que ele nãos e dê ao trabalho. É muuuuito trabalho! E ainda por cima estou doente, quem é que quer teclar 5 minutos com alguém que nem sequer pode estar muito tempo ao computador? É tudo para bem da minha saúde, sei bem. Aliás, bem vistas as coisas, ele não vai ao skype nem ao whatsapp porque uma pessoa doente e sem facebook para dizer que está doente, está socialmente morta, claro. Então nem vale a pena. Ele está, e muito bem, à espera que eu me decida a incluir-me socialmente. Realmente... a esquisita sou mesmo eu.
Mais. Que é isso de fazer perguntas? Não, fazes tu e eu respondo que isto de pensar em fazer conversa só para matar saudades não tem sentido nenhum. Ou ficar em silêncio 5 segundos só numa «deixa-me cá olhar para ti com olhos de ver» não! Credo! Que mariquice é essa? Quando pode ouvir tudo o que eu tenho para lhe contar (e que por esta altura já nem me apetece porque, lá está, sou maluca da cabeça) enquanto está a jogar com naves espaciais e futebol não sei quê! Pfff... por favor. Até eu sei que não sou tão interessante - hoje em dia uma namorada tem que ter luzinhas psicadélicas, sons vários e irritantes, desafios e o cristiano ronaldo... eu é que sou antiquada.
Enquanto tudo isto não se passa - sim, porque entretanto já passámos a fase em que eu, esquisita, tenho paciência para falar com alguém que está distraído (como se fosse possível falar comigo sem estar distraído!!) - estou alegramente a escrever este texto ao mesmo tempo que a minha colega de casa está a discutir incessantemente com o namorado quem vai desligar primeiro. Lá está, outros dois malucos a discutirem, mas só se estraga uma casa - ao menos isso, eu e o meu P.inho nunca discutimos, é tudo numa base de eu zango-me, ele não repara e eu esqueço-me (claro então, a minha relação também tem coisas boas).
Feito o sarcasmo, vou ali enfiar os corninhos na palha, esquecer o facto de que ele não querer saber se estou doente ou deixo de estar, de que lhe pedi para pelo menos me mandar uma mensagem todos os dias só para eu saber que ele está bem, ou de que estava curiosa (estúpida) para saber como lhe correu a reunião. Lá está, consigo compreender que o facebook seja mais interessante.
Cisne
18 de maio de 2014
12 de maio de 2014
Desculpem, mas gosto da minha maneira de gostar...
Queria dizer-te boa noite, queria dizer-te o quanto gosto de ti, queria dizer-te o quanto sinto a tua falta. Queria escrever-te um texto longo e bonito com muita mariquice e alguma agressividade só para não me sentir demasiado cheesy. Queria receber um destes de vez em quando também.
Mas não. Tenho esperar. Tenho de ficar calada porque senão sou a needy, a que precisa de muita atenção, a controladora, a stressada, a ciumenta... Não percebo porque é que tem de ser assim. Eu sinto estas coisas e queria poder dizê-las quando quero. Mas não posso. Poderia se fizesses o mesmo. Mas não fazes. Porque és gajo ou porque não estás em erasmus, não sei. Não sei porquê.
Espera tem sido a palavra de ordem, não podia ser mais frustrante. Como sempre, é à noite que tudo se torna mais sombrio, que as saudades atacam mais. Durante o dia faço a coisa que mais amo, tenho sol e uma cidade aos meus pés, estou tão cansada que é impossível pensar em mais o que quer que seja.
Queria poder dizer-te que me sinto mal aqui, que todas as noites são assim. Mas já chega dessas conversas ou das conversas de discussão. Só quero ficar bem mas não estou, não fico de maneira nenhuma. O desespero da espera toma conta de mim. Habituei-me à rotina sem ti mas não me consigo habituar às saudades, tenho um nó na garganta a escrever.
As pessoas repentem-me interruptamente que não posso ser assim, que te sufoco. Mas da minha cabeça não sai que não sou eu que estou errada. Que é só uma maneira diferente de gostar. E que não quer dizer que não gosto de mim e que não aproveito o tempo que estou sozinha (é tudo o que eu tenho feito aqui, é estar sozinha). Não sou eu. És tu. És tu porque me fazes sentir abandonada. Não sozinha.
Há dias, há noites, em que quero tanto estar aí. Em que fantasio mil cenários. Dormir pacificamente na minha cama, dormir pacificamente na tua, conduzir o meu carro, ir à hamburgueria do bairro, sentir o cheiro da minha vila ou da casa da minha mãe, não, da roupa da minha mãe...fantasio o dia da minha chegada, fantasio sobre como o tempo vai passar sem que eu me dê conta, como vou poder passar o dia a abraçar as pessoas e meter a conversa em dia, fantasio sobre não conseguir dormir ansiosa à noite só de pensar que no dia a seguinte vou acordar cedo para te acordar a ti. Fantasio sobre como vais acordar, o que vais dizer. Quanto chego a este ponto páro de fantasiar. Porque sei que qualquer cenário que eu faça vais sempre destruir quaisquer expectativas que eu tenha. Contigo é sempre assim: quanto mais espero menos tenho. Então só fantasio até onde eu controlo. Imagino perfeitamente o teu quarto na maior bagunça total (juro-te que nunca vi nada assim), eu a tentar meter os pés no chão com cuidado para não pisar algo que faça barulho, imagino o sol a entrar pela janela e, às vezes, imagino que acordas com o sino da igreja à porta de tua casa que dá as meias horas (sim, achas que eu me esquecia da noite em que ficámos acordados das 2 às 6 da manhã à espera do raio das meias horas para eu gravar no trabalho de música e as cabras não tocavam???!!).
Queria dizer-te isto, porque não posso? Porque sou a única que sonha? Porque sou a única a achar que é bom sonhar, que é bom falar sobre isso? Que elimina a saudade má, aquela que estou a sentir, que me corroi e deixa a chorar até adormecer, e mete a boa, a que me faz sorrir até adormecer pacificamente?
Essa saudade que me fazes ter às vezes que me lembra que sou sortuda...para onde foi? É tão rara já. Toda a gente diz que a culpa é minha... Desculpa... Mas eu acho que a culpa é tua. Tens uma maneira esquisita de gostar. Eu gosto da minha maneira de gostar... Faz-me sentir entusiasmada! Sabes esse sentimento? De rir com vontade, de frenesim no corpo, de um pouco de descontrolo, de felicidade espontânea e rápida? Sabes? Sabes o que é? Sabes sentir isso? É que às vezes acho que não... Às vezes penso em ti como uma emoção constante, um barco num rio calmo, com sol e luar, num tempo tranquilo, exacto, normal. Não há nada de mal nisso... mas eu gosto de nadar na agitação das ondas.
Cisne
17 de abril de 2014
Dias díspares
Em que não se percebe. Se bons ou maus.
Não sei se hei-de me deitar na cama a chorar porque como sempre a rainha do drama volta a não ver solução para a relação que mantém. Ou se hei-de sorrir com um dia bem passado, de risos e histórias boas, de sol e boa energia.
Dias díspares. São todos os meus dias. Nunca sei se me hei-de deitar a chorar ou a sorrir. Estou sempre no limbo entre os dois, numa linha tão ténue que não consigo distinguir-lhe o final. E assim ando. Entre modos, entre espíritos, entre quem eu era e quem eu sou, entre a maneira como eu via a vida dantes e a maneira como a vejo agora.
Felizmente os dias de apatia acabaram. Menos mal. Assim-assim. Entre o bom e o mau.
Cisne
1 de abril de 2014
24 de março de 2014
Não sei a quem bata primeiro...
... Se ao turco, à minha colega de casa ou ao namorado dela.
O turco ri o quão alto consegue pela noite fora de séries e filmes, para não falar quando fala com alguém pelo skype. A minha colega de casa e o namorado precisamente o mesmo. Eu chamo a atenção para os vizinhos ver se eles percebem a mensagem e eles olham para mim como se eu fosse louca «Olha agora, tou na minha casa faço o barulho que eu quiser!». Pois amor, isso é lindo, já pensaste que me podes estar a incomodar a mim também??
O turco ri o quão alto consegue pela noite fora de séries e filmes, para não falar quando fala com alguém pelo skype. A minha colega de casa e o namorado precisamente o mesmo. Eu chamo a atenção para os vizinhos ver se eles percebem a mensagem e eles olham para mim como se eu fosse louca «Olha agora, tou na minha casa faço o barulho que eu quiser!». Pois amor, isso é lindo, já pensaste que me podes estar a incomodar a mim também??
Pá, é frustrante ter o cuidado de incomodar o menos possível, de cozinhar ao gosto deles, de manter tudo limpo e arrumado, de ir para o meu quarto conversar baixinho e com fones... Pá... Tá certo. A louca sou eu.
Às vezes gostava de não ter tão mau feitio e ter apciência para aturar faltas de respeito. Sim, chamem-me exagerada. Para mim é o que é. Nem com a minha mãe consigo falar como deve ser porque tenho de ir para o quarto onde a ligação é péssima. Tentar na sala é inútil dado que eles fazem questão de falar alto por cima da minha voz.
Pá... Sem mais comentários. Vou-me deitar.
Cisne
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