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24 de novembro de 2018

Complicated


A vida complicou-se. Antes tinha sido um ano mau, de pouco trabalho, um ano frustrante.

Então vamos mudar! Vamos à luta, vamos fazer diferente!

E a vida complicou-se. Antes eu era má profissional, sem ética. As horas eram poucas, o dinheiro não chegava. O conhecimento sem formação...não esticava.

Agora a vida complicou-se. Fiquei frustrada de não saber e de não conseguir.

A vida não se complicou - a complicação foi não ter mudado nada.

Cisne

14 de outubro de 2018

Ai que me dá um fanico


Começou o trabalho, entrei no mestrado.
O último mês foi extremamente difícil de gerir, principalmente a nível pessoal, devido à área profissional.
Cada vez menos estou em casa e de cada vez chego mais tarde.
Mas, pouco a pouco, acredito que vamos conseguir gerir melhor e levar esta fase instável e tão trabalhosa a bom porto.
Hoje, porque ontem foi um final de tarde e noite espectacular com ele (uma vez que tenho aulas o dia todo), o que me preocupa mais sou eu.
Acordei super ansiosa por ter tido um sonho que já nem recordava qual era e assim me mantenho. Eu sei que ainda são 11h da manhã mas preocupa-me passar o dia todo assim - a enganar a minha cabeça fingindo que está tudo bem e continuando a empurrar para cima dela trabalho.
Porque a questão é que as consequências de tirar ""o dia de folga" sei bem que serão bem mais graves que obrigar-me a trabalhar agora - sabendo, claro, que nenhuma das hipóteses é boa.

Bom, desabafo feito, regresso ao trabalho.
Ainda tenho leitores? Ou já vos consegui deprimir e já ninguém cá aparece?
Oh well...I'll take my chances...

Cisne

18 de maio de 2018

Abandono


Este blog foi ao abandono...E não admira. Está tal e qual como eu: abandonado.

Desde que uma colega minha entrou de baixa e o meu trabalho redobrou e não foi creditado que parei de cuidar de mim. Hoje não é excepção mas todos os dias penso em vir cá escrever algumas palavras para consolo próprio então cá estou eu.

Tenho a certeza absoluta de que não larguei este blog. Mas ele é o meu espelho e neste momento eu larguei-me de mim. E não parece que nada vá mudar até dia 15 de Junho, altura em que as aulas terminam. Aí então estarei de certeza de esperanças renovadas e novos ânimos. No entanto até lá...não desistam de mim. E se me puderem inserir nas vossas orações seria óptimo. Não pela minha vida, mas pela minha saúde emocional, pela auto-confiança que tanto tempo me demorou a construir. Rezem para que não rua de vez. I'm sure hell trying.

A vocês obrigada.

Cisne

9 de março de 2018

Amigos e depressão não combina. Com este menos ainda

Lembro-me de tentar explicar ao meu melhor amigo na faculdade que tinha uma depressão. 
De lhe dizer algo como "não consigo sair de casa. Está tudo bem e depois deixa de estar. Simplesmente não me consigo mexer." E ele me responder num tom super paternalista " então Cisne? Vá lá, que disparate, tu lá és mulher para isso... és tão forte!..."

A conversa morreu ali. Claramente naquele momento eu percebi que ele não fazia ideia do que era uma depressão ou então curtia de mandar areia para os olhos.

Hoje consigo ver que ele achava que me estava a ajudar e incentivar e tudo mais mas naquela altura fiquei profundamente triste. Estava a mostrar ao meu amigo que era fraca. A partir daí comecei a mentir. Sempre que não ia às aulas dizia que era preguiça ou que tinha adormecido ou que estava doente. Sabem o que é pior? 

Ele não só acreditou em tudo (ou não se preocupou em perceber se era verdade) como ainda "foi na onda" que toda a gente dizia que eu era a típica universitária baldas. E, claro, eu não desmentia, porque pior seria dizer que era a universitária depressiva. A bailarina com a depressão.

Há mesmo amizades condenadas que nós só vemos muito tarde. Separámo-nos completamente. Porquê?
Na óptica dele porque assim é a vida.

Na minha óptica porque ele não quis saber.

Cisne

8 de março de 2018

Obrigada ❤

Esta noite lembrei-me que tive uma depressão. Uma amiga pediu-me detalhes e eu contei:

(...) foi até perceber que não podia continuar a dormir 4h por noite e trabalhar e estudar e tudo e mais um par de botas sem descanso. 
Muitos ataques de ansiedade, cheguei a faltar às aulas porque me vestia, despachava, tudo, mas depois simplesmente congelava à porta de casa. É uma sensação que não se esquece. As lágrimas a escorrerem pelo rosto e o corpo simplesmente não se move. Nem para a frente nem para trás, nem para lado nenhum. Nem sequer para voltar para a cama. O mundo de repente  pára. É a sensação mais assustadora que já tive. (...)

E quando terminei respirei fundo e agradeci. Agradeci logo por estar bem e com tanta saúde. E vim logo escrever aqui para não me esquecer de continuar a agradecer.

Foi uma das épocas mais assustadoras da minha vida: adormecer a chorar, acordar a chorar.

Obrigada ❤
Cisne

23 de novembro de 2017

Quando a Depressão "acaba"


Vou ser bruta sem querer:

A Depressão nunca "acaba". É como um trauma. Deixa sequelas, nem que seja o medo de lá voltarmos a cair. E quando ouvi a Pepper a falar dela sem a chamar pelo nome dela fiquei furiosa. Não com ela. Comigo. Por durante tempo ter falado dela como se fosse um "Voldemort" sem dizer o nome dela quase dizendo "aquela-que-tu-sabes-quem". E f***-**. Se há uma p*** que eu vou chamar pelo nome próprio depois de tudo o que ela me fez é a p*** da Depressão.

Partilho com os que me lêem o comentário que fiz no post da Pepper, na esperança de impedir que mais alguém caia nesta m**** de ideia de que temos "só uns dias maus", porque a sociedade não nos ensinou a cuidar da nossa saúde mental, da nossa alma.

"Sim, é bastante urgente que o faças (falar com alguém).

Isso é o início de uma depressão e se não for "enfrentada pelos cornos", vai piorar mais e mais. De alguém com experiência no assunto, que sofreu e agora é uma pessoa perfeitamente funcional (física, emocional e psicologicamente):

A primeira coisa que precisas de fazer é PARAR. É urgente parares de pensar que um dia vais acordar e sentir-te óptima apenas porque há dias em que te sentes melhor. As coisas só vão mudar quando tu aceitares que elas já mudaram.

Segundo: TUDO o que tu estás a sentir é válido. MAS tu não validas nem um desses sentimentos. Tu não aceitas ser insegura, nem medrosa. E isso é uma das origens da depressão porque estás constantemente a tentar ser alguém que não és, a fazer coisas que não queres de facto fazer.

Terceiro: Aceitar os tópicos anteriores.

Quarto: teres VÁRIAS conversas contigo própria, SEM pressões. Conversares contigo (de preferência em voz alta e com muita choradeira à mistura) sobre os teus medos, sobre aquilo que não queres fazer e perceber porque é que não queres fazer. E aí, EM VEZ DE te pressionares a fazer/ser essas coisas, vais simplesmente explicar a ti própria o quanto tu és capaz, o quanto és útil, o quanto és amada e apoiada (por ti própria e pelos outros), o quanto tu te queres ver bem e feliz e que te aceitas com todos os teus defeitos e qualidades.
Utiliza eventos passados de quando foste bem sucedida, do quanto o teu trabalho foi reconhecido, por mais antigas que sejam as memórias (podes até ir à escola pré-primário ou a um vídeo de ti a dar os primeiros passos ou a fazer gracinhas, qualquer coisa vale).

Quinto: Respirar fundo. Tudo irá correr bem. Se te respeitares (como o exigirias de outra pessoa, que não te obrigassem a fazer nada; como farias com uma criança - a que convencerias e explicarias porque é que ela tem de comer a sopa apesar de não gostar: apenas porque é bom para ela).

E repetir todo este processo, quantas vezes necessárias até ele ser um processo automático.

Por favor não esperes mais dia nenhum para começares a cuidar de ti.

Quanto mais esperas, quanto mais te negas a necessidade de cuidar do teu emocional (que adoece tanto quando o físico e com consequências tão graves quando não tratadas), mais fundo no poço entras. E mais difícil fica de sair. Há dias maus, sim, mas tu já passaste a linha dos dias maus. Há uma altura em que isso é só uma mentira da nossa mente, para não nos chatear durante mais um dia, para nos deixar trabalhar/estar bem até nos esquecermos.

Não ignores os sinais do teu corpo. Trabalha nisto agora, para poderes depois trabalhares no que realmente queres: a tua independência, ser a melhor mãe do mundo, ter um profissão que gostes...
TUDO está ao teu alcance. Mas não enquanto não aceitares: precisas de cura.

Espero que não leves a mal o meu comentário gigante mas este assunto toca-me muito por me ser tão próximo, por já ter passado por algo tão intenso e saber que eu fui a pior vilã para mim mesma. Por saber que assim que saí dessa posição comecei a melhorar.
Beijinhos. Não estás sozinha."

Cisne

13 de abril de 2017

Here we go again


Luta interior.

Querer achar-me bonita, querer achar-me boa o suficiente, capaz o suficiente.

Que cansativo, que trabalho que nunca acaba e que, por qualquer razão que não compreendo, voltou em grande força. Já estava num sítio tão fixe na minha auto-estima e quando vou a dar por isso, já odeio  ver-me sem maquilhagem outra vez, odeio o cabelo, não consigo criar nada, não tenho motivação, só como porcarias...

Damn it...

Cisne

21 de outubro de 2016

Depois da tempestade, a bonança

Queria só dizer que me sinto tão bem... Hoje tive assim um momento em que avaliei os pensamentos que passaram na minha cabeça nos últimos 5 minutos e a conclusão a que cheguei foi: Gaita, estou cheia de medo de tudo isto mas sei no meu coração que tudo vai dar certo. Eu simplesmente sei que vai ser bem sucedido. Eu simplesmente sei que quando chegar o momento certo eu vou ver a solução para tudo. Estou cheia de medo sim, mas não porque não sou capaz, antes porque estou a aprender a lidar e a aceitar com tudo aquilo que eu sou capaz de fazer.

E foi assim que 5kgs saíram de cima dos meus ombros.

Um obrigada sem tamanho, que não se paga, que não se qualifica à minha terapeuta que definitivamente me trouxe de regresso à vida.

Há 8 meses atrás eu deixei de viver a minha vida para passar a sobreviver apenas. Passava as minhas manhãs a chorar praticamente ininterruptamente. Chorava na cama assim que acordava (eu não acreditava que teria de começar novamente outro dia), chorava no banho, chorava enquanto comia, chorava no carro, chorava 5 minutos antes de entrar no meu local de trabalho e 5 minutos assim que saía. Durante mais ou menos 4 meses esta foi a minha vida, um sufoco, uma fase muito dura de sobrevivência. Houve um momento (felizmente só um) em que eu pensei não aguentar mais. Foram os três segundos mais assustadores da minha vida - em que eu pensei "eu não quero morrer, mas também não consigo mais viver assim".

Hoje, devido a um árduo, muito árduo trabalho da minha parte sou feliz como era dantes - talvez mais feliz do que fui antes -, consigo voltar a saborear as pequenas coisas que tanto me agradam, voltei a dançar, voltei a sorrir, voltei a amar e voltei a viver.

Ainda algumas vezes me sinto ansiosa mas nem pensar em voltar aquele estado depressivo de choro compulsivo. Estou mais consciente, mais alerta para mim mesma, deitei fora a vassoura que varria tudo para debaixo do tapete. Ainda é difícil não ter medo, ainda é difícil ser humilde, ser segura, ainda é dificil aceitar o outro como ele é, e logo a mim como eu sou. Mas é bem mais fácil expressar-me e ser feliz.

Hoje sou uma mulher mais confiante que ontem, mesmo depois de achar que isso seria impossível. É possível. E foi esforço meu. E continuará a sê-lo por muito tempo eu espero, e que o esforço se torne em rotina diária: "eu sou perfeita exactamente como sou e tudo já é perfeito tal e qual como é."

Outro obrigada gigante à minha família em especial ao núcleo duro: irmã, tia e mãe que nunca me abandonou e me apoiou tanto quanto soube e pôde e nunca desistiu de o fazer. Que me amou e aceitou, compreendeu e deu colo. Em especial à minha irmã pois não pode ser fácil sair todos os dias de casa comigo a chorar compulsivamente.

Um obrigada gigante ao homem que também não desgrudou. Não sabemos como nem sabemos porquê, mas a vida trouxe-nos juntos por algum motivo e eu não podia estar mais grata. Eu sei que não foi fácil ver-me num buraco sem fundo e não conseguir tirar-me de lá por mais amor e carinho que me circundasse. Fogo... Haja coragem para namorar alguém que está no auge de uma depressão.

À minha mãe. À minha mãe. À minha mãe. É tanto amor que eu não tenho palavras... O que eu faria sem ti? Estes meses todos, mais estes anos todos desde que entrei em depressão, o que eu teria feito sem o teu colo? Sei que na última fase não nos conseguíamos entender mas não interessa nada. No final de tudo: não interessa nada. És a luz da minha vida, adoro-te e admiro.te imensamente por tudo.

A minha tia é todo um ser sobrenatural. Não há nada a fazer, esta mulher não cá pertence. Talvez por também ela ter passado por tempos conturbados, foi a primeira e uma das 2 únicas pessoas a conseguirem tirar-me do estado de choro compulsivo ansiedade frustração and god knows what else, sendo que a outra tinha formação para isso. Foi incrível e é incrível. Falar com ela é dizer "não me apetece falar mas queria um bocadinho de companhia" e no segundo a seguir estar a falar de tudo e mais um par de botas inclusivamente o problema em questão. E quando conversamos é lindo, sinto que ela tem um Universo de coisas para me ensinar e eu quero aprender todas... É linda mesmo.

Desculpem o texto longo, a única coisa que eu queria ter escrito era o primeiro parágrafo mas de repente fiquei a pensar em tudo o que as pessoas mais próximas de mim passaram comigo...

Estou bem e plena. Obrigada.

Cisne

26 de setembro de 2016

Pensar ao contrário, ou seja, pensar melhor #3


Aprendi a largar-me mais do dinheiro, a não ser tão forreta comigo mesma, a gastar dinheiro com as coisas que me fazem bem e feliz. Aceito que o dinheiro foi feito para usar e poupar - não só poupar.

Cisne

25 de setembro de 2016

Pensar ao contrário, ou seja, pensar melhor #2


Já não fico na cama/casa/banho horas e horas sem fim a chorar como se a pior desgraça de sempre tivesse acontecido.

Cisne

20 de junho de 2016

Isto precisa ser dito

Estou a desenvolver o meu primeiro projecto profissional, dirigido por mim, e o meu pai acha que é mais importante ir para o Algarve - quando pode ir a qualquer altura do ano para lá e farta-se de viajar.

Estou melhor. Já não choro sem razão mas também tenho medo de dizer que estou melhor não vá piorar logo a seguir.

Estou com demasiado trabalho, não tenho tempo para o blog, que me faz tão bem.

Parece que a minha confiança não aumenta independentemente do esforço.

Ainda não consigo calar as vozinhas na minha cabeça que dizem "tu não és capaz de fazer isso". E que se seguram a todos os meus erros, sem recordar nem uma das minhas vitórias.

Por uma série de acontecimentos, perdi toda a confiança no meu trabalho, e de que sou realmente boa no meu trabalho, ou que tenha alguma coisa a dizer no mundo da arte. E não estou a conseguir recuperar isso sozinha. Este pensamento só se dissipa quando alguém faz um elogio. E isso cada vez é menos frequente.

Estou a crescer. Mas não me sinto a evoluir. Eu sei que estou. Mas não sinto.

Cisne

5 de maio de 2016

Para ti e para mim

Sinto a falta dele. Quando ele está longe o meu mundo fica assim mais pequenino. Por mais que eu esteja bem (e sim, já consigo estar muito mais vezes urra urra :) ), sinto sempre assim aquela falta de carinho a que ele me habituou.

Sinto que tenho percorrido um grande caminho para me conhecer. Enfrento grandes desafios só para poder gostar mais de mim. E ele é só mais um: como é que estás com alguém sem te esqueceres de ti? Sem te meteres em segundo lugar? E a aprendizagem é de um tamanho absurdo. É tão grande quanto difícil mas absolutamente necessária.

É curioso, quando perco a motivação para aumentar a minha auto-estima e confiança penso se um dia tiver uma filha. A minha motivação é pensar que se um dia tiver uma filha vou querer que ela aprenda a ser uma mulher confiante e segura, que não precisa de alguém mas que quer alguém; que ame o outro e a si mesma sem dúvida; que viva bem sozinha se for tempo disso. E isso, por mais que se eduque para pensar assim (como eu fui educada) só se aprende por exemplo, infelizmente - tal como eu. E é claro que somos todos uns traumatizados! Mas...pronto, que ela tenha outros traumas...que não fique com os meus, para que eu a possa ajudar melhor, para que não tenha de a ver a sofrer tanto quanto eu.

Mas voltando a ele... Gosto muito de ti =) Vamos continuar a caminhar juntos, sim? Um passinho de cada vez.

Quanto a mim: também gosto muito de ti. Obrigada por tudo. Obrigada por seres extremamente lutadora, por nunca teres desistido de ti, mesmo quando pareceu que sim. Hoje, como presente e celebração por estares a lutar tanto e a conseguir tanta coisa para ti, vamos jantar fora. Só eu e tu. Quando acabar este texto, vamos tomar um banho, vestir uma roupa bem sexy, uns brincos bonitos. Não vamos meter maquilhagem, não precisas, já és linda assim mesmo. Vamos celebrar o final das mudanças também, finalmente hoje arrumaste o último saco e já tens internet em casa!! Eu sei que tu estás a chorar só de pensar em fazer isto sozinha, mas eu sei que tu és capaz. E nós vamos. E podemos odiar ir, mas quando chegarmos a casa vamo-nos sentir muito bem por o termos feito. Bora? Vai meter-te cheirosa mas não demores muito, estou à tua espera no carro daqui a 15 minutos, amanhã tens de ir ao ginásio, voltar a cuidar de ti.

Até já gostosa,

Cisne.

Depré

E enquanto ele não volta da sua nave espacial eu fico perdida em mim mesma. E percebo o quanto ainda estou perdida em mim mesma. Melhor, mas ainda perdida.

Um passinho de cada vez.

Cisne

P.S. Tenho saudades dele. Afinal fico sempre quando ele se vai - continuo a achar que é  um misto de bom sinal, com insegurança e com não saber estar sozinha na totalidade.

11 de abril de 2016

Quando queres ir dormir para parar de doer mas não vais porque vai ser o dia seguinte mais rápido. 

Quando só pensas "quando é que eu melhoro para sempre? "

Quando já não vês lado positivo.

Cansada. 

De não fazer nada do que me dizem que me vai ajudar a melhorar. 

Por não ter vontade. 

Por não me achar merecedora. 

Por que me boicoto? 

Cisne

21 de março de 2016

Tomas uma decisão...

...e martirizas-te over and over again quando percebes que foi a errada. Não aconteceu nada de mais, ninguém morreu ou sequer se perdeu alguma coisa... Mas tu erraste. Tu tomaste uma decisão errada. Não foste perfeita. Como estás sempre a tentar ser, sem saber porquê. Não consegues parar de sentir o que estás a sentir, só sabes o que pensaste e que não querias ter pensado, só sabes o raciocínio para um péssimo final. As consequências reais foram zero...Mas tu só consegues pensar em todas as outras que podiam ter sido e não foram porque tiveste sorte.


Tenho estado a melhorar a olhos vistos. Confio muito nesta terapeuta que finalmente me faz ter a certeza da decisão "não-medicação" que tomei. Habituei-me a estar melhor e não me lembrei que uma das condições era continuar a cuidar de mim, ao contradizer tudo o que escrevi acima.

A par, a decisão da "não-maquilhagem" está a ser bem mais difícil do que eu pensava. Não reconheço a pessoa que vejo ao espelho e só a consigo achar feia, cansada, deslavada, aborrecida... Quando sorrio vejo que é falso. Não gosto de mim - esta é a dura verdade. Consigo ver objectivamente todas as minhas qualidades e defeitos, física e psicologicamente. Mas na prática, aquilo que eu sinto não tem nada a ver com a lógica.

Sinto-me tão feia quanto incapaz, insegura, incerta, inconstante, indecisa...in in in... Quando é que vou voltar a ver valor no espelho? =(


Só um par de dias maus... Amanhã inicia-se uma nova semana. Vamos atacá-la de frente: Já marquei um almoço. God help.


Cisne.

26 de fevereiro de 2016

Acho que vou chorar!!

Oh meu deus acho que vou chorar! Hoje foi o dia do "espera lá que vou chorar... Olha, afinal não...fixe!"

Impune. O meu primeiro dia em muitas muitas semanas em que não choro, em que passo um dia normal. Em que vi um filme e nao desatei a chorar, fiquei pela comedida lágrima no canto do olho. Em que não tenho sono!! Extraordinário! Hoje não tive vontade de ir para a cama.

E agora só rezo para que amanhã seja mais um dia normal. Já não me sentia normal há tanto tempo...

Jinhos à prima!
Cisne

22 de fevereiro de 2016

Apagada para a vida

O meu maior desejo era poder ficar uma semana sozinha no escuro, nem a dormir nem acordada. Só ficar. Sem ter de sair de casa, ter de falar, sem ter de comer, tomar banho, dormir...apagar para a vida. Simplesmente apagar para a vida.
Não quero morrer, só não quero estar acordada neste sofrimento. E, mais do que isso, não quero que toda a gente sofra com ele.

Cisne

5 de fevereiro de 2016

As perguntas mais difíceis de responder sem mentir


Olá! Tudo bem?
- Sim... e tu?
Então, como estás?
- Bem... e tu?
Mas porque é que estás assim?
- Não sei.

A última resposta é verdade, difícil é responder com a verdade.

Cisne

4 de fevereiro de 2016

Surfar no caos

Estava farta de abrir o meu blog e ver em letras garrafais a palavra «depressão». Então, não tendo na mesma nada para dizer, venho meter imagens bonitas. Jinhos à prima



Cisne

30 de janeiro de 2016

Depressão

Pergunto.me muitas vezes se alguém sabe exactamente o que se passa comigo. Se sabem exactamente como é e como funciono. Pergunto.me se entendem a dimensão do que digo quando conto que o que eu mais quero é dormir e que não desejo acordar no dia seguinte. Só ficar a dormir por muito muito tempo. Não é morrer..é só apagar. Fazer um reset. Pergunto.me se as pessoas sabem o que isto é. Pergunto.me se vão piorar. E vai piorando ou pelo menos não melhora. As pessoas dizem que sim, que me vêm melhor, que vêm diferença em mim... e por isso eu pergunto: será que realmente entendem a dimensão só que eu sinto? Esta doença pode cegar.me tanto que nem isso me deixa ver, que estou a melhorar...poderá ser? Ou será que exactamente o que eu sinto? Que a cada dia morro um bocadinho mais por dentro? Em bocadinhos muito muito pequeninos, que quase nem se lhe dão a falta...mas que me vão roubando a força e o prazer de tudo.

Não tiro prazer em nada. Mesmo nas coisas em que tiro. É tudo efémero, como o prazer de dormir que temos sempre a sensação de que dura 1minuto... comer chocolate torna.se como dormir sabe bem só naquele momento e sei que preciso mas não dura tempo nenhum. Dançar...sim. até dançar.  Dar aulas,.. sim até dar aulas. Tirou.me o gosto de tudo e só me faz chorar. 

Choro rodas as manhãs. Abro os olhos, olho em redor, percebo que não há como escapar: começou mais um dia de luta. Acordei. Já não há como voltar atrás. Se voltar atrás fico lá atrás, que é como quem diz se durmo mais, mais frustrada fico por ter cedido a algo que há muito deixou de ser preguiça ou que até nunca foi...

Hoje não chorei de manhã. Quis dormir porque tinha sono mas levantei.me. foi tudo normal, foi um dia normal e vangloriei.me disso. Consegui viver um dia normal. É é então que fica tarde e eu tenho de ir dormir porque já desde as dez da noite o meu corpo pede descanso.  E é também então que choro tudo o que não chorei de manhã. Do medo do dia seguinte. Do medo de que todos os dias sejam uma luta. De que todos os dias serão sem sentido e de que ninguém entende o que é.

Acho que está é a doença mais solitária do mundo. Não por a ser na realidade, mas por te levar a acreditar que sim muito convictamente. E empurra com essa crença todas as pessoas queridas, amigos, família..afasta tudo e mete.nos na nossa pequena redoma...

Sim, sinto.me sozinha. Infinitamente sozinha. E esta é a pior sensação do mundo. Mesmo que não seja...

Cisne

Envelhecer

 Tenho 29 anos. Para alguns sou nova, para outros sou muito nova, para outros "já ninguém tem 20's"... Estava aqui a tentar le...