29 de abril de 2011
Não podia concordar mais...
Sou contra as máquinas fotográficas digitais. Prefiro as outras, as químicas, aquelas em que é preciso meter um rolo que dá para tirar vinte e quatro ou trinta e seis fotografias e, depois de as tirar, ainda é preciso revelar e imprimir em papel para poder ver as imagens.
Contra mim falo, que também substituí o rolo por uma Nikon Coolpix não sei quantos e agora, quando ando com ela, tiro fotografias a tudo e a todos sem saber porquê. O que eu perdi foi a sensibilidade de escolher um momento e um enquadramento únicos. Todos os momentos agora são banais, pelo menos para quem levanta a mão e faz clic com uma mão enquanto come uma sande de fiambre com a outra. Mas isso nem é o mais grave. O pior é não haver um espaço de intervalo entre a visualização da fotografia que se tira e o momento em que se a tira. Qual é a piada de estar a olhar para uma foto de um castelo quando ainda se está dentro do castelo? Nenhuma. Pois é.
Esta semana recebi o telefonema de uma amiga que esteve recentemente na Tailândia. Tens que vir ver as fotos que tirei, disse ela. E eu fui, com uma garrafa de vinho na mão para regar a sessão. Devia ter levado um garrafão de cinco litros porque as fotografias nunca mais acabavam. Eram mais de mil e nem sequer tive tempo para a ouvir falar desses dias. Dantes, numa viagem de uma semana, tirar-se-ia no máximo umas cento e oitenta fotografias, o correspondente a cinco rolos de trinta e seis, e depois sobrava tempo para uma conversa, para ouvir um cd de música local e para provar uma amostra de queijo da região visitada. Desta vez fiquei-me pela violação dos meus olhos com uma enorme quantidade de imagens desinteressantes. Disse-lhe isso com um bocejo e não vi tudo até ao fim. Salvo pela honestidade, portanto.
A overdose de imagens que a Ana trouxe da Tailândia explica-se duma forma muito simples. É pelos olhos que nos apaixonamos, por isso é pelos olhos que tentamos registar a vida. Esse é o problema do olhar. (...)"
Do blog nãocomprendoasmulheres.
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4 comentários:
LOOL adorei a frase "É pelos olhos que nos apaixonamos, por isso é pelos olhos que tentamos registar a vida. Esse é o problema do olhar"... :)
discordo em alguns pontos, mas
realmente as Câmaras fotográficas digitais, em relação a qualidade são inferiores as Câmaras fotográficas analógicas(que são muito melhores).. :)
bjs
L.M.
Brutal... E concordo contigo :P
Beijinho *
Compreendo o autor, hoje em dia torna-se cada vez mais visível a banalidade nas coisas mais simples...
L.M. Sem dúvida, sim.
LA: :)
Hugo: Exacto!
Cisne.
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