Conheceram-se, gostaram-se, embora não à primeira. À primeira nem pensaram em olhar muito a sério um para o outro.
Até olharem. Primeiro um, depois o outro. A verdade é que não há muita certeza se houve de facto um primeiro e quem foi realmente. Esperaram um pelo outro como alguém espera por um chá quente numa tarde de inverno, pacientemente e ansiosamente.
Encontraram-se finalmente num daqueles bares em que já toda a gente espera que se enrolem um no outro. Mas eles nem se lembraram. Quiseram tanto aquele momento, aguardaram-no durante tanto tempo que chegaram até a esquecer e a duvidar que fosse acontecer, que no momento em que o viram real, já nem sabiam muito bem que momento era aquele. Com a conversa lembraram-se.
Queriam-se como se queriam ver, pacientemente e ansiosamente. Acho que as coisas mais saborosas da vida são estas. Pelas quais estamos dispostos a esperar pacientemente, até estamos dispostos a esquecermo-nos que as queremos, mas ansiosamente à espera que cheguem.
Saborearam a conversa e deram um pouco do muito que há em cada um. E um pouco mais, e um pouco mais...até hoje. E até hoje não sabem que momento é este, mas vão esperando um pelo outro como se espera pelas coisas que se gosta, pacientemente e ansiosamente.
Uma história de amor. Porque ando a precisar delas. Das boas e das que correm bem. Uma que me parece real, saudável e boa ao mesmo tempo. Na minha cabeça existe.
Cisne
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