30 de janeiro de 2016

Depressão

Pergunto.me muitas vezes se alguém sabe exactamente o que se passa comigo. Se sabem exactamente como é e como funciono. Pergunto.me se entendem a dimensão do que digo quando conto que o que eu mais quero é dormir e que não desejo acordar no dia seguinte. Só ficar a dormir por muito muito tempo. Não é morrer..é só apagar. Fazer um reset. Pergunto.me se as pessoas sabem o que isto é. Pergunto.me se vão piorar. E vai piorando ou pelo menos não melhora. As pessoas dizem que sim, que me vêm melhor, que vêm diferença em mim... e por isso eu pergunto: será que realmente entendem a dimensão só que eu sinto? Esta doença pode cegar.me tanto que nem isso me deixa ver, que estou a melhorar...poderá ser? Ou será que exactamente o que eu sinto? Que a cada dia morro um bocadinho mais por dentro? Em bocadinhos muito muito pequeninos, que quase nem se lhe dão a falta...mas que me vão roubando a força e o prazer de tudo.

Não tiro prazer em nada. Mesmo nas coisas em que tiro. É tudo efémero, como o prazer de dormir que temos sempre a sensação de que dura 1minuto... comer chocolate torna.se como dormir sabe bem só naquele momento e sei que preciso mas não dura tempo nenhum. Dançar...sim. até dançar.  Dar aulas,.. sim até dar aulas. Tirou.me o gosto de tudo e só me faz chorar. 

Choro rodas as manhãs. Abro os olhos, olho em redor, percebo que não há como escapar: começou mais um dia de luta. Acordei. Já não há como voltar atrás. Se voltar atrás fico lá atrás, que é como quem diz se durmo mais, mais frustrada fico por ter cedido a algo que há muito deixou de ser preguiça ou que até nunca foi...

Hoje não chorei de manhã. Quis dormir porque tinha sono mas levantei.me. foi tudo normal, foi um dia normal e vangloriei.me disso. Consegui viver um dia normal. É é então que fica tarde e eu tenho de ir dormir porque já desde as dez da noite o meu corpo pede descanso.  E é também então que choro tudo o que não chorei de manhã. Do medo do dia seguinte. Do medo de que todos os dias sejam uma luta. De que todos os dias serão sem sentido e de que ninguém entende o que é.

Acho que está é a doença mais solitária do mundo. Não por a ser na realidade, mas por te levar a acreditar que sim muito convictamente. E empurra com essa crença todas as pessoas queridas, amigos, família..afasta tudo e mete.nos na nossa pequena redoma...

Sim, sinto.me sozinha. Infinitamente sozinha. E esta é a pior sensação do mundo. Mesmo que não seja...

Cisne

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