1 de janeiro de 2011

O ano que aí vem

Sou portuguesa. Acho que isto autoriza-me a ter um lado péssimista.

Assim, afirmo: não espero nada de bom deste ano, ou mais do que o que passou me trouxe. Economicamente estamos um caco e, embora eu saiba (a sério que tenho a certeza) que vai melhorar, não vai ser este ano. Socialmente estamos em crise de valores: ninguém respeita ninguém, toda a gente espera receber sem dar, poucos tem brio no trabalho, muitos não sabem sequer o que isto significa - a minha geração assusta-me e temo por ela. Politicamente...bom, no dia de ano novo explode uma bomba numa igreja cristã no Egipto e o mundo está em alerta para atentados aqui e ali; será necessário falar da qualidade dos políticos portugueses?

Na, não estou optimista e não espero nada de bom deste ano e não estou nada ansiosa para ver o que vem aí. Mas hoje também estou com a neura e estou farta de ver gente á minha volta e comida e mais comida; preciso de uma pausa e de estar sozinha - começo a ficar com falta de ar e de sono.

As aulas também começam esta segunda-feira e não sinto a energia necessária para enfrentar mais um período de matemática. Começo a achar que não aguento mais e não sei o que vou fazer para a faculdade se o curso que quero exige pelo menos cálculo financeiro.

Não gosto da vida que levo e não sei há quanto tempo não gosto dela.

Já nem tenho vontade de sonhar em concorrer este ano à Opera de Paris. Oh, nem sei por que é que me passou pela cabeça mas eu costumava ter estas ideias malucas, entusiasmar-me com elas e depois sim, descer à terra. Agora já nem subo.

Está difícil de ver valor. Faço tudo com esforço e não tenho vontade para nada. Sinto que estou em constante corrida e não alcanço nada. Mas se calhar amanhã já me sinto melhor...

Feliz ano novo, malta. Por mais que este desejo pareça cínico, é sincero. Nem todos têm que estar com a neura hoje...


Cisne.

1 comentário:

O sonhador disse...

Já vi que estás a precisar de uma lavagemzinha cerebral rapidamente! Se tivesse lido isto antes, já tinhas ouvido tantas!!
Estás a precisar de uma lambadona psicológica para não dizeres parvoíces! lolol
Temos que ter uma conversinha rapidamente...

Bjnhs

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