15 de setembro de 2011

Num encontro tão breve


Agora ao almoço aconteceu-me uma coisa caricata.

Encontrei a minha prof. de AP, com quem tive grandes pegas mas que enfim, fazíamos as duas de conta que estávamos bem para não pesar no ambiente; sabem como são estas coisas, não é verdade? Pois...
Bom, então estava eu a dizer que ela me pergunta se está tudo bem e se eu já sabia para que faculdade ia e eu respondo-lhe que sim. Lá trocámos mais dois dedos de conversa e no fim ela disse-me:

- Então vai dando notícias, está bem?
Ao que eu respondo...
- Sim, sim.
E despedimo-nos.

Entretanto eu estava na fila para almoçar quando começo a pensar o seguinte: «Dar notícias? Mas como raio vou eu dar notícias se 1- não tenho nº dela; 2- não faço a menor intenção de voltar àquela escola tão cedo e 3- nem me dou assim tão bem com ela?». E nisto comecei a aperceber-me da quantidade de promessas de alunos como eu que os professores devem receber. As promessas de visitar, as promessas de ligar, as promessas de dar notícias...

Olhando agora em retrospectiva, eu nunca fiz isso, isto é, «dar notícias», com nenhum professor, mesmo com aqueles que me marcaram. E, quem sabe, talvez eu também os marquei... E depois? Eles desejam-nos as maiores felicidades para o futuro e nós seguimos para o futuro e esquecemo-nos completamente de que, para as pessoas que ficaram no nosso passado, nós ainda somos o seu presente.

Os professores têm alunos todos os anos, conhecem-nos aos montes todos os anos mas ainda há uns dias encontrei outra professora, que a mim nada marcou e ela ainda se recordava do meu nome. Ela lembrava-se de mim e eu já tinha dificuldade em lembrar-me do nome dela... Deve ser triste para eles, de certo modo. Somos miúdos e toda a gente sabe que as pessoas se afeiçoam a míudos e nós... a falar bem, não lhes passamos cartucho nenhum.

Não tenho nenhuma conclusão brilhante do género «a partir de hoje vou deixar o meu contacto aos meus professores» ou «a partir de hoje vou -lhes começar a dar notícias». Não, porque não é assim a vida. A vida tem este carácter deambulatório. Vivemos de um lado para o outro encontrando umas pessoas, desencontrando-nos de outras... E é assim que vivemos: sem olhar para trás porque é à nossa frente que está o caminho. Mas não esqueçamos que o que está para trás fez-nos chegar aqui. Recordemo-lo por vezes, olvidemo-lo por uma questão meramente social e prática.

Cisne.

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