21 de julho de 2012

Silêncio: que nem eu vou cantar...



Não tem a ver com perdão ou com tentar. E um dia vais entender.

Agora: esse dia nunca vai chegar, para nenhum dos dois, se te mantiveres por perto.

Eu não te ignoro. Ignorar é não ouvir - eu apenas não respondo. Ou porque não é a altura certa ou porque não é a minha mãe vez de dar respostas ou ainda porque é a minha vez de ficar calada. Já falei muito e agora o silêncio nunca fez tanto sentido. Estar sozinha, literalmente no sentido em que não está nenhuma pessoa por perto, nunca fez tanto sentido.

É estranho quando o silêncio parece dizer-te tanto? Tive uma professora de psicologia que chamava a este processo mental «reset». Ou seja, é aquele momento em que a nossa cabeça (até a das mulheres!) fica em branco, sem qualquer pensamento, com o olhar pousado no horizonte como se a mente se esquecesse, por breves segundos, o que deve fazer. Mas será que é possível fazer «reset» durante tanto tempo?

Sinto que parei no tempo. Mesmo. Eu sei que ele passa até porque não há coisa mais realista do que ir vendo as minhas notas na pauta aparecer na net. Mas ainda assim... Acho que é uma sensação estranha de explicar. O tempo parou naquela noite e quando eu disse a toda a gente que era como se estivesse a viver uma vida que não a minha, como se estivesse numa dimensão à parte, todos me disseram que era ainda do choque e que no dia seguinte eu já tinha assimilado. Guess they weren't that right, were they?

Mas insisto: o silêncio, o vazio faz-me bem. Não de uma maneira esquisita e depressiva. Acho que estive muito tempo privada de calma, paz e sossego. Preciso de sossegar cabeça e corpo. Mesmo. Agora.

Cisne.

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