28 de julho de 2012

O que não foi dito...#1 - o meu ano lectivo


O prometido é devido! Agora que estou de férias, vou finalmente contar o que se tem passado na minha vida desinteressante desde que fui mantida prisioneira da faculdade; não que alguém tenha reclamado de não saber mas convenhamos: o blog é meu, não é? Então deixem-me lá desabafar e dizer para aqui uns disparates ;)

Entretanto, como muita coisa ficou ainda por dizer, vou ter de fazer isto em vários posts que em princípio devem ser intercalados com os meus posts habituais (um pouco mais interessantes, por ex. quando meto imagens do 9gag... não me venham com coisas que isso eu sei que vocês gostam! ;) ).

Pois muito bem: para não recuar até aos primórdios do início do meu ano lectivo vou resumi-lo todo assim o mais depressa que conseguir (nota: é altamente provável que eu deixe de o conseguir fazer depressa).

O meu ano foi espectacular. Este curso é tudo o que eu esperava e estou muito feliz por tê-lo escolhido apesar de todas as dúvidas que tinha antes. Fiz muito bons colegas!! E acho que já considero alguns deles como amigos, pelo menos já partilhei coisas da minha vida que não partilharia com meros colegas, portanto sim!, fiz bons amigos :) Tenho uma turma excelente e que se dá toda muito bem (almoçamos sempre todos juntos, passamos os curtos e poucos intervalos que temos juntos, vamos sair à noite e fazemos programas à tarde, quando o corpo e os horários malucos deixam, entre outras coisas...). É claro que deve ser dado o devido desconto a esta fase final em que já nos andávamos a chatear todos uns com os outros devido ao cansaço físico e emocional de todos. Mas tenho a certeza que foi só mesmo isso e quando digo «só» não é nada pouco e deita qualquer um abaixo - desde o início do ano até ao final deste semestre já contávamos com 7 lesionados, dos quais 1 era eu que recuperei em mais ou menos um mês e meio e 3 acabaram o ano assim: uns de canadianas sem puderem participar no espectáculo final, outros a conservarem toda a resistência à dor que ainda restava para o espectáculo final.

Quanto a mim, tenho a dizer que lesionar-me foi, na altura, a pior coisa que me podia ter acontecido mas que, olhando agora em retrospectiva, deu-me 2 grandes lições. Para não falar do estofo para o futuro de uma bailarina que só agora sabe o que é ser bailarina (leia-se: trabalhar até à exaustão; não pensem que lá por ser uma escola facilitam no treino, competição ou horário...). Estas duas grandes lições foram:
  1. A consciencialização do exercício antes do mesmo é muito importante. Aperceber-me que a minha lesão não fora fruto de azar, embora também não tenha sido por desleixo, deito-me muito abaixo. A minha lesão aconteceu pois a consciencialização que eu tinha do salto que ia dar estava errada. Ou seja, quando eu ia dar o salto eu só pensei no que a professora dizia: "Mais alto, mais alto! Toca no céu! Mais alto, Cisne!" e eu esqueci-me completamente que tinha de saber cair recepcionar o salto.
  2. Saber cair e saber levantar. O mais engraçado é que eu achava que já tinha esta lição aprendida de cor e salteado - mesmo parva e ingénua eu.... :)
     
--> É claro que entretanto agregado a isto também está a má preparação dos meus pés, mas não creio que isso seja uma lição pois eu disto já sabia e tento melhorar todos os dias, é apenas uma questão de tempo :)

Pois, e entretanto só agora é que me apercebi que já falei demasiado sobre a minha lesão -.-''' ...É impressionante a capacidade que eu tenho para não me calar, não é? Adiante então!

Foi um ano muito conturbado, com muitas aprendizagens e onde acho que evolui bastante no geral. Penso ter evoluído mais no ballet clássico (é que no final de contas ter 2 aulas de 1h30 por semana trava e muito o processo evolutivo do bailarino; ter todos os dias para fazer mais e melhor faz toda a diferença) mas também já tenho algumas noções e bases de muitas coisas em que não tinha NADA :) Contemporâneo e neoclássico, por exemplo - para leitores bailarinos que eu eventualmente tenha, aprendi técnica Graham (uma técnica baseada na contracção e relaxamento dos músculos enquanto se dança, inventada por Martha Graham).
Por fim, as notas no geral não foram muito de acordo com as minhas expectativas mas há sempre o próximo ano para melhorar e é sempre com esse o espírito que tenciono voltar.

Quero só deixar escrito para posteridade que:
  •   Trabalhar com Bárbara Griggi na cadeira de Técnicas de Dança Clássica foi o maior privilégio que já tive na vida. Uma grande profissional (com os princípios e métodos de ensino que eu almejo ter um dia se vier a leccionar), uma excelente pessoa e exigente com os seus alunos, na medida em que nunca exige mais do que aquilo que sabe que eles podem dar. Uma bailarina extraordinária!
  •  Outro grande prazer foi trabalhar com Pascalle Mosselmans e o marido, Gagick Ismaillion (perdoem-me os erros ortográficos), em Estudos de Repertório Contemporâneo português, duas pessoas que acredito serem as duas mais humildes e pacientes que já conheci, assim como continuo a admirar a presença e agilidade física desta mulher que não só não ganha nem mais um grama de massa corporal com o passar dos anos, como também mantém um nível de resistência física que se denotava nos ensaios (para a altura em que eu tiver 60 e tal anos, será bom se tiver metade).
Interpretámos em Repertório excertos das peças "Passion" de Gagick Ismaillion, "Organic Spirit, Organic Beat, Organic Cage" de Paulo Ribeiro e, por fim, um pequenino excerto de Rui Horta, cujo nome de momento não me lembro mas depois venho cá dizer.

Deixo-vos algumas fotografias do meu ano:
Aula de Técnicas Dança Contemporânea (após a minha lesão - 2º semestre)
Aulas Técnica Dança Clássica (1º semestre - favor dar o desconto à perna que não está esticada :) )


Curta-metragem "A Bailarina" - um projecto não-remunerado universitário que fiz por diversão com mais 3 colegas minhas nas férias




De seguida, fotos de Estudos de Repertório: As de saia azul são as de Passion, a fotografia em que estou só eu de joelheiras pertence à peça de Rui Horta (cujo nome ainda não consegui lembrar) e, por fim, as de Paulo Ribeiro - as fotos estão na ordem da apresentação do repertório.


(esta sou eu)
(eu)





(eu)



Hope you liked it :) ,
Cisne.

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