5 de abril de 2013

Desaparecida em combate

Nesta caso a minha luta tem sido a Associação de Estudantes. Acredito que, enquanto tesoureira, posso fazer a diferença e até acredito que já fiz. Porque hoje uma das pessoas que eu mais odeio na minha turma veio dizer-me «obrigada, acho que vocês estão a fazer um excelente trabalho». Isto vale tudo. Tudo. Mesmo que logo a seguir tenha ouvido de um dos meus grandes amigos de faculdade que a vice-presidente andou a dizer coisas más acerca de como a AE está a ser gerida, quando ainda não a vi a fazer o trabalho dela - que por sinal estou eu a fazer.

Mas pouco importa. Não me arrependo nem vou arrepender. Porque mesmo que a partir daqui tudo seja péssimo, já conheci pessoas fantásticas, com garra, com vontade de viver, com vontade de trabalhar, com ideias inovadoras, com experiências de vida diferentes... Já valeu tudo.

Já não é primeira vez que venho aqui comentar o meu fascínio pelas pessoas. Esta sede que tenho de conhecer as pessoas, de saber de onde vieram e para onde vão, como chegaram aonde estão. Eu gosto das pessoas. Já repararam que são elas que dão vida a uma cidade? Sem elas, a cidade de Lisboa que eu tanto amo e aprecio não seria a mesma, apesar de estonteamente bela como é por si só. Não tinha a mesma energia, não me inspiraria como inspira.

É, sinto que posso fazer diferença. E acho que já fiz. Mas quero fazer mais. Quero dar aos alunos de 1º ano do ano que aí vem o que eu desejava ter tido quando entrei para a faculdade com os meus modestos (e que já parecem tão distantes) 17 anos.

Quero ser tudo o que posso ser e quero explorar todas as possibilidades. Quero ir até ao máximo de mim, quero lutar pelas coisas que quero, quero sentir o prazer de as conseguir depois de esforço árduo. Quero ser muito melhor, para poder dar mais ao mundo que me inspira, quero deixar no mundo aquele pedaço de mim que alguém no passado deixou para eu amar. Quero ser capaz de um dia inspirar alguém. Porque não há maior sentido de concretização e orgulho do que esse. O sentimento de que mudámos o percurso de vida de uma pessoa para sempre.

Acho que quero ensinar, no futuro, acho que quero ser professora. Acho que é essa a minha vocação. Mas não posso ensinar sem aprender, tal como não posso inspirar sem viver. Portanto, antes disto, vou ser intérprete, vou ser coreógrafa, vou ser empregada de restaurante e fazer trabalho de voluntariado... Pouco importa. O objectivo é viver porque não há outro propósito na vida que o de viver.

Viver é amar, é saborear, é apreciar, é escolher, é ver, é cheirar, é sentir, é ouvir, é dizer, é desdizer. É angústia e é felicidade vindas do mais profundo buraco negro até ao horizonte mais elevado. E eu quero ir aos dois para dar valor.

Só tenho medo da morte porque amo a minha vida. E isso já me deixa menos angustiada.


Cisne.

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