22 de janeiro de 2014

Ontem


Ontem houve uma série de "primeiros" para nós. Foi a primeira vez que falámos ao telefone depois de uma semana inteira sem que eu tivesse vontade de o fazer. Foi a primeira vez que ouvir-te não me deu um alívio mas um mau pressentimento.

Foi também a primeira vez que disseste "eu percebo, mas não concordo", "nunca senti nada assim por ninguém e não me interessa que não acredites, é mesmo verdade" e "não vou desistir de ti". Nunca me tinha dito isso... Que lutar por mim fazia sentido para ele. Para mim não faz. Lutar por alguém... não só soa extremamente lamechas como não parece fazer sentido, quer dizer, é uma relação. Não se luta pelo outro, não é uma conquista. Luta-se para que a relação continue e resulte, não para que outro não desista de lutar. E é isso precisamente que me está a acontecer e essa era a única coisa em que eu conseguia pensar.

Ele acusou-me de estar a falar com ele por obrigação. Dei-lhe razão. Ele também me acusou de o estar a deixar fora da minha vida. Mais uma vez dei-lhe razão. Acrescentei que não confiava. Que já se passou muito. Eu sei tanto como os colegas de tuna dele... Uma namorada não é isso. Até aqui confiei e contei com ele para tudo. E da parte dele...nada. Sempre um enorme e vazio NADA. Claro que iria chegar aqui. Amar é dar e receber. Não é dar, dar, dar e ter a esperança infinita de receber.

"Diz-me alguma coisa que só eu saiba, fala-me de alguma coisa que mais ninguém saiba, dá-me qualquer coisa que mais ninguém tenha".

Eu sei que é um pedido exigente. Estou magoada, cansada e frustrada. Tenho saudades dele, o que já me descansa, pois até agora só conseguia ficar zangada. Já não estou zangada mas tenho um buraco enorme. E desta vez não há depressão que valha. A culpa é mesmo dele. Foi ele que não se interessou, foi ele que não se lembrou, foi ele que ignorou... foi ele. Eu tenho muitos defeitos e um feitio da m***@, eu assumo isso e, inclusivamente, já voltei atrás com coisas que disse e pedi desculpas por ser tão ríspida. Eu resolvo os meus problemas. Ele ignora a sua existência. Espera que eu fque bem e passa à frente até à próxima. Cansei.

Não sei como vai ser. Não sei mesmo. Sei que sinto a sua falta. Que passámos duas semanas juntos e não podia ter feito mais sentido. Sem zangas, nem desentendimentos... E ele também sabe disto. Disse-me "Eu gostava de ter mais tempo para trabalhar na nossa relação, de estar contigo quando me apetecesse e quando te apetecesse, de não ser fim-de-semana sim, fim-de-semana não... Mas não são essas as nossas condições."

Barcelona? Começo a achar que não é um prazo de validade mas antes as respostas às nossas perguntas. Acho que se eu voltar ainda com namorado, foi Barcelona que me disse que era mesmo isso que eu queria.

Esta sexta-feira vejo-o. E desta sexta-feira a 2 semanas estarei em Barcelona. Por 5 meses. Bons meses. Eu sei que vão ser. E já quero ir. Quero muito ir. Estou pronta.


Cisne.

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