Acho que sempre gostei do Natal. Na altura em que os meus pais se separaram passei a gostar menos um bocadinho (mais por toda a burocracia de «quem fica com quem em que dia» do que por não os ter juntos, na verdade). Ainda hoje é assim: não é exactamente como eu gostaria que fosse mas é muito bom e muito melhor do que o de muitas famílias, tenho a certeza.
Desde há uns anos para cá que mantemos uma tradição. O amigo secreto! Veio por más razões (incapacidade financeira para dar prendas a toda a gente) mas acabou por ser o que nos une e dá graça ao nosso Natal. Como funciona? Muito simples:
- A minha tia começa por fazer uns envelopes que contêm o nome de cada um dos membros da família (excepto os mais novos que irão receber as prendas normalmente)
- Sela-os muito bem para que ninguém, nem ela, depois de misturados, possa ver os nomes.
- Aguarda-se ansiosamente a data do aniversário da minha irmã ou do meu, em que juntamos a família toda e assim podemos tirar o envelope do nosso amigo secreto.
- Depois é toda uma jorrada de perguntas que só comprovam como somos todos sempre crianças "então, gostaste?" "É fácil ou difícil??"
- Definimos um tecto para não termos valores muito diferentes entre prendas e vamos à procura da prenda perfeita!
- Chegada à ceia de Natal, os miúdos abrem as prendas primeiro e depois seguem-se os adultos: cada um vai dar pistas sobre quem é o seu AS e quando alguém adivinhar ele vai buscar a sua prenda e sempre assim sucessivamente.
A parte das pistas é definitivamente a mais gira porque é giro ver o que nos sai na altura para descrever a pessoa e como se nota nessa altura como alguns são tão semelhantes, que nem conseguimos decifrar de qual das primas ele está a falar! E pronto, é este o meu pequeno mágico Natal.
Tudo o resto no Natal me passa um pouco ao lado. O que eu gosto mesmo é disto, da lareira acessa e toda a gente junta.
Cisne
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